sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim (Gl 20,20)

TEXTO BÍBLICO: Atos 1.22


Neste domingo, 22 de janeiro, optamos por fazer a Lectio Divina da festa da conversão de São Paulo, que celebramos no próximo dia 25, quarta-feira.

Sugerimos fazer a Lectio Divina com uma das primeiras leituras propostas para a Missa do Dia: At 9.1-22.

A conversão de Saulo  

1Enquanto isso, Saulo não parava de ameaçar de morte os seguidores do Senhor Jesus. Ele foi falar com o Grande Sacerdote  2e pediu cartas de apresentação para as sinagogas da cidade de Damasco. Com esses documentos Saulo poderia prender e levar para Jerusalém os seguidores do Caminho do Senhor que moravam ali, tanto os homens como as mulheres.

3Mas na estrada de Damasco, quando Saulo já estava perto daquela cidade, de repente, uma luz que vinha do céu brilhou em volta dele.  4Ele caiu no chão e ouviu uma voz que dizia:

— Saulo, Saulo, por que você me persegue?

5— Quem é o senhor? — perguntou ele.

A voz respondeu:

— Eu sou Jesus, aquele que você persegue.  6Mas levante-se, entre na cidade, e ali dirão a você o que deve fazer.

7Os homens que estavam viajando com Saulo ficaram parados sem poder dizer nada. Eles ouviram a voz, mas não viram ninguém.  8Saulo se levantou do chão e abriu os olhos, mas não podia ver nada. Então eles o pegaram pela mão e o levaram para Damasco.  9Ele ficou trás dias sem poder ver e durante esses dias não comeu nem bebeu nada.

10Em Damasco morava um seguidor de Jesus chamado Ananias. Ele teve uma visão, e nela apareceu o Senhor, chamando:

— Ananias!

Ele respondeu:

— Aqui estou, Senhor!

11E o Senhor lhe disse:

— Apronte-se, e vá até a casa de Judas, na rua Direita, e procure um homem chamado Saulo, da cidade de Tarso. Ele está orando  12e teve uma visão. Nela apareceu um homem chamado Ananias, que entrou e pôs as mãos sobre ele a fim de que ele pudesse ver de novo.

13Ananias respondeu:

— Senhor, muita gente tem me falado a respeito desse homem e de todas as maldades que ele fez em Jerusalém com os que creem no Senhor.  14E agora ele veio aqui a Damasco com autorização dos chefes dos sacerdotes para prender todos os que te adoram.

15Mas o Senhor disse a Ananias:

— Vá, pois eu escolhi esse homem para trabalhar para mim, a fim de que ele anuncie o meu nome aos não-judeus, aos reis e ao povo de Israel.  16Eu mesmo vou mostrar a Saulo tudo o que ele terá de sofrer por minha causa.

17Então Ananias foi, entrou na casa de Judas, pôs as mãos sobre Saulo e disse:

— Saulo, meu irmão, o Senhor que me mandou aqui é o mesmo Jesus que você viu na estrada de Damasco. Ele me mandou para que você veja de novo e fique cheio do Espírito Santo.

18No mesmo instante umas coisas parecidas com escamas caíram dos olhos de Saulo, e ele pôde ver de novo. Ele se levantou e foi batizado;  19depois ele comeu alguma coisa e ficou forte como antes.

Saulo em Damasco

Saulo ficou alguns dias com os seguidores de Jesus em Damasco.  20E começou imediatamente a anunciar Jesus nas sinagogas, dizendo:

— Jesus É o Filho de Deus.

21Todos os que ouviam Saulo ficavam admirados e perguntavam:

— Não É este o homem que em Jerusalém estava matando todos os seguidores de Jesus? Não foi ele que veio até aqui para prender e levar essa gente aos chefes dos sacerdotes?

22Mas as mensagens de Saulo se tornavam cada vez mais poderosas. E as provas que ele apresentava de que Jesus era o Messias eram tão fortes, que os judeus que moravam em Damasco não sabiam o que dizer.

 


1. LEITURA


Que diz o texto?

Pistas para leitura

Queridos jovens!

Muitos especialistas da Bíblia, na atualidade, preferem falar da “Conversão-Vocação de São Paulo”, visto que não há somente um momento de “conversão”, mas também há um forte chamado vocacional para aprofundar sua própria fé de judeu na manifestação do Deus de Israel em Cristo Jesus. Hoje, percebe-se com maior clareza que Saulo “não muda de lado”, mas aprofunda sua fé, descobrindo em Jesus Cristo a plenitude de suas crenças religiosas mais profundas.

A conversão-vocação de Saulo-Paulo está relatada em três episódios diferentes do Livro dos Atos:

·         9.1-31: é o relato maior e o que contém mais detalhes, narrado por Lucas, autor dos Atos.

·         22.3-21: é o discurso diante do povo judeu, no Templo de Jerusalém, depois de sua prisão. É narrado pelo Paulo de Lucas, em primeira pessoa.

·         26.2-23: é o discurso diante do Rei Agripa II, de sua irmã Berenice, e diante do Prefeito romano Festo e dos demais tribunos e próceres de Cesareia durante seu cativeiro. É contado pelo Paulo de Lucas, falando em primeiro pessoa.

Substancialmente, os três relatos contêm os mesmos elementos, ainda que existam pequenas diferenças. Poder-se-ia sintetizar o elenco dos acontecimentos antes do Batismo da seguinte maneira para as três narrativas:

·         Paulo, com cartas do sumo sacerdote, marcha contra os cristãos de Damasco.

·         Estando a caminho, é envolvido por uma luz que vem do céu (não se diz que seja Cristo).

·         Paulo cai por terra (nunca se diz que “ia a cavalo”).

·         Cristo dá-se a conhecer com uma voz que somente Paulo escuta.

·         Cristo ordena-lhe que vá à cidade e ali lhe será dito o que fazer.

·         Paulo ficou cego durante três dias por causa da luz.

·         Durante esse tempo, não ingere nem comida nem bebida.

Antes de Paulo, Ananias recebe a notícia de que foi chamado a evangelizar todas as nações (cf. At 9,15).

Paulo não fala diretamente do acontecimento de Damasco em suas cartas. No entanto, há muitas alusões a seu encontro com Cristo nos primeiros capítulos das cartas aos Gálatas e aos Filipenses. É provável que Paulo não tenha precisado contar a suas comunidades algo que elas conheciam muito bem.

Para levar em conta: o Grande Apóstolo é mais comumente conhecido pelo nome de Paulo, mas em alguns textos dos Atos dos Apóstolos, como acabamos de ver, a mesma “personagem” aparece sob o nome de Saulo. Alguns autores afirmam que este é seu nome judeu, e que Paulo era seu nome greco-latino.

Outros textos bíblicos a serem comparados: Rm 1.5; 1Co 9.1; 15.8; Gal 1.15-16; Fl 3.7-8.

Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar o verbete “Paulo”, no índice temático da Bíblia de Estudo NTLH.

Perguntas para a leitura

·         Quantas vezes aparece o nome de Saulo no relato?

·         Qual é a atitude de Saulo no começo do relato? O que ele quer fazer, o que pede às autoridades?

·         Para onde se dirige?

·         O que lhe acontece no caminho”

·         Ele sabe quem está falando com ele?

·         O que Jesus lhe diz?

·         Qual é a reação das pessoas que acompanham Saulo?

·         Em que situação fica Saulo imediatamente depois do encontro com Jesus no caminho de Damasco?

·         O que diz o Senhor a Ananias?

·         O que responde Ananias ao Senhor?

·         O que finalmente Ananias faz com Saulo?

·         Qual é a reação de  Saulo uma vez que recupera a visão?

·         Qual é a relação de Saulo com o Espírito Santo?

2 – MEDITAÇÃO


O que me diz? O que nos diz?

Perguntas para a meditação

·         Que frases da narrativa me causam maior impacto? Por quê? Sublinhar as frases.

·         Pensar que sou Saulo (Paulo)… Colocar-me em seu lugar dentro do relato.

·         Contra quem posso “respirar fúria e ameaças de morte”? A quem “persigo”? Com que pessoas tenho, hoje, algum conflito? Por quê?

·         Em que situações de meu passado e de meu presente sinto que Jesus, como luz, vem ao meu encontro no caminho de minha vida?

·         Como escuto hoje a “voz de Jesus”? De que maneira se me dá a conhecer a vontade de Jesus para minha vida hoje?

·         Em que coisas posso estar “perseguindo” Jesus? Rechaço “algo” do que Jesus me apresenta como projeto de vida?

·         Que coisas me fazem “cair por terra”? Que situações, hoje, fazem com que eu caia no caminho de minha vida?

·         O que significa ter os “olhos abertos” mas “não ver nada”? Quais podem ser minhas obscuridades, cegueiras e trevas hoje?

·         Quem ou quais pessoas “me tomam pela mão e me levam” quando não posso ver o caminho? Dou graças a Deus pelos que cumprem esta tarefa em minha vida?

·         Permito que Jesus “imponha as mãos” sobre mim na Igreja? Deixo que o Espírito Santo entre em minha vida para que me devolva a vista? Renovo a graça do Batismo através dos Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia?

·         Descubro que sou instrumento do Senhor? Aceito que de uma ou de outra maneira vou “sofrer pelo Nome de Jesus”? Arisco-me ou não me arisco pelo Senhor?

·         Estou consciente de que devo levar “o Nome do Senhor a todas as nações”, a todas as pessoas, a começar pelas mais distantes?

·         Anuncio em meu ambiente que Jesus é o Filho de Deus? Demonstro que Jesus é realmente o Messias? Anuncio decididamente o Nome do Senhor? Como o faço? Faço-o cada vez com maior vigor, como o faz Saulo (Paulo)?

3 – ORAÇÃO

O que lhe digo? O que lhe dizemos?

Para orar com a passagem que analisamos, pode ser-nos útil um versículo da Carta aos Filipenses, onde São Paulo, com humildade e realismo, descreve uma vez mais como ele foi conquistado por Cristo.

“Não estou querendo dizer

que já consegui tudo o que quero

ou que já fiquei perfeito,

mas continuo a correr

para conquistar o prêmio,

pois para isso já fui

conquistado por Cristo Jesus”

(Fl 3,12)

Em que medida, hoje, deixo-me conquistar por Cristo?

4 – CONTEMPLAÇÃO

Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?

Uma boa opção para interiorizar a mensagem deste fim de semana pode ser repetir a pergunta de Saulo-Paulo a Jesus, quando rodeado pelo grande resplendor de sua presença:

Quem é o senhor?… Quem é o senhor?… Quem é o senhor?…

Repetir esta frase de maneira rítmica e pausada, a fim de interiorizá-la, buscando escutar a resposta de Deus…

5 – AÇÃO


A que me comprometo? A que nos comprometemos?

Propostas pessoais

·         Crescer em humildade, deixando-se “cair por terra” diante da grandeza de Deus que, como um grande resplendor, aparece hoje em minha vida.

·         Ter a coragem de levantar-me sempre de minhas quedas, sabendo que e o mesmo Deus que me anima e acompanha.

Propostas comunitárias

·         Dialogar em seu grupo, buscando detectar quais seriam aqueles que hoje “perseguem” Jesus e sua mensagem.

·         Buscar um compromisso comunitário missionário: o que se pode fazer para anunciar o Nome de Jesus aos irmãos que ainda não o conhecem?


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

DÍZIMO

Carta a Pastoral do Dízimo
Comunidade :
Santa Cruz da Venerada,  de janeiro de 2012 
Aos irmãos e irmãs da FORANIA OESTE apresento a seguinte reflexão sobre o Dízimo. 
É dever de todos agradecer a Deus. Nossa gratidão deve ser concreta, não apenas por palavras. Agradecemos concretamente a Deus quando nos abrimos à conversão, buscando viver integralmente o Evangelho.
Dízimo é ação de graças
 O fato de contribuir para a subsistência e desenvolvimento de nossa comunidade atesta interesse e amor pela mesma, e à medida que aumentam esse interesse e amor, aumenta igualmente a vontade de ajudar a comunidade em todos os sentidos, proporcionando o crescimento do espírito comunitário e o desenvolvimento e aperfeiçoamento da própria comunidade.
Dízimo é expressão de vida comunitária
Não se pode obrigar ninguém a oferecer o dízimo, assim como não se pode obrigar ninguém a ser cristão ou a amar a Deus ou a outra pessoa. Isto significa que todos devemos oferecer o dízimo, como devemos amar a Deus e aos irmãos, porém devemos fazê-lo espontaneamente.
O dízimo deve ser espontâneo
Sabemos que existem dificuldades  a adesão ao dízimo, por exemplo: a inflação, problemas de saúde na família, a avareza comum a todo ser humano, a falta de amor e desprendimento de muitos cristãos. O dízimo nos faz profundamente fecundos, porque é um dinheiro abençoado. È uma partilha daquilo que tenho.  O dízimo deve ser um testemunho de mudança de vida, de perseverança e de comprometimento.
Com esta Carta queremos agradecer a todos que colaboram com a Pastoral do Dízimo e, por conseqüência, contribuem na manutenção da nossa Paróquia.
Esta Carta também tem a pretensão de convidar os 02 membros missionários que compõem a Pastoral do Dízimo para participarem da formação neste dia 11 de fevereiro de 2012 a partir das 14h em Dormentes PE.

Certo da sua presença espero por você.
Com carinho e agradecimentos.







              Diác. Fernando Ferreira

Sec. Da Forania Oeste

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Lectio Divina

Tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos,


é luz que ilumina o meu caminho (Salmo 119,105)


TEXTO BÍBLICO: João 1.35-42


Os primeiros discípulos de Jesus

35No dia seguinte, João estava outra vez ali com dois dos seus discípulos.  36Quando viu Jesus passar, disse:

— Aí está o Cordeiro de Deus!

37Quando os dois discípulos de João ouviram isso, saíram seguindo Jesus.  38Então Jesus olhou para trás, viu que eles o seguiam e perguntou:

— O que é que vocês estão procurando?

Eles perguntaram:

— Rabi, onde é que o senhor mora? (“Rabi” quer dizer “mestre”.)

39— Venham ver! — disse Jesus.

Então eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com ele o resto daquele dia. Isso aconteceu mais ou menos às quatro horas da tarde.

40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois homens que tinham ouvido João falar a respeito de Jesus e por isso o haviam seguido.  41A primeira coisa que André fez foi procurar o seu irmão Simão e dizer a ele:

— Achamos o Messias. (“Messias” quer dizer “Cristo”.)

42Então André levou o seu irmão a Jesus. Jesus olhou para Simão e disse:

— Você é Simão, filho de João, mas de agora em diante o seu nome será Cefas. (“Cefas” é o mesmo que “Pedro” e quer dizer “pedra”.)

 


 


 


 


1. LEITURA


Que diz o texto?

Pistas para leitura

Queridos Lectionautas:

Em sentido estrito, neste Domingo começamos o ciclo B do Tempo Comum, no qual leremos preponderantemente o Evangelho segundo são Marcos. No entanto, hoje, para abrir o ciclo, paradoxalmente, temos um episódio tirado do primeiro capítulo do Evangelho segundo são João.

O Evangelho de João começa com um belo “prólogo” que escutamos durante o Tempo do Natal e, a seguir, relatam-se cenas variadas ao longo de “uma semana” da vida de Jesus, concluindo-se com as Bodas de Caná, no começo do capítulo 2. Vale a pena ter a Bíblia aberta em Jo 1–2 e ir contemplando a realização destes acontecimentos que vão “revelando” progressivamente a pessoa de Jesus.

O Evangelho que hoje partilhamos é tirado do “terceiro dia” desta “primeira semana” de Jesus no Evangelho de João. Percebe-se com clareza o início de uma nova unidade literária mediante a expressão “no dia seguinte”. É uma importante cena de transição, onde se “passa” do Antigo ao Novo Testamento, onde João Batista reconhece em Jesus o Messias esperado e, por isso, não retém seus discípulos para si, mas orienta-os até Jesus. João começa a “diminuir” para que Jesus “cresça”. O Batista guia e dirige seus discípulos para o “mais Forte”…

Neste contexto, João Batista define Jesus no v. 36 como o Cordeiro de Deus (já o havia feito no v. 29 como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo). A palavra “cordeiro” evoca, no Israel da época de Jesus, a ideia de sacrifício, onde este animal (gado miúdo) era utilizado para os diversos sacrifícios e recordava os “grandes sacrifícios” na história do povo (1. Sacrifício diário no Templo, manhã e tarde; 2. Sacrifício em lugar de Isaac; 3. Sacrifício na noite de Páscoa; 4. Sacrifício do Servo Sofredor que se oferece pelos pecados).


Jesus é, claramente, o Cordeiro de Deus, mas não no mesmo plano que os sacrifícios da história de Israel mencionados mais acima. É evidente a superioridade de Jesus como Cordeiro de Deus… Sua vinda, de fato, suprime, da parte de Deus, a necessidade dos ritos antigos, visto que ele mesmo se oferece e é a “vítima perfeita” que realiza a reconciliação plena e total entre os homens e Deus.

É interessante a pergunta de Jesus aos discípulos de João que o seguem: “O que é que vocês estão procurando?” Eles responderão, por sua vez, com outra pergunta: “Rabi, onde é que o senhor mora?” A resposta de Jesus não se deixa esperar: “Venham ver”. Estes discípulos querem saber algo sobre Jesus, e recebem como resposta um convite para fazer a experiência de encontro: precisam segui-lo e, então, verão. Talvez os discípulos buscassem um conhecimento mais superficial, quiçá quisessem conhecer “dados” sobre Jesus. O Senhor vai mais além e convida-os a ter um encontro vivo e vital com ele. Diz-nos o evangelista que ficaram todo o dia com Jesus.

No v. 40, ficamos sabendo que um dos discípulos era André, irmão de Simão Pedro. A experiência do encontro com Jesus foi tão intensa, que a primeira coisa que ele faz é buscar seu irmão e dizer-lhe que encontrou o Messias.

É claro que, com a chegada de Jesus, o Messias, o Cristo, a espera do povo chega a seu fim: os homens se encontram “face a face” com o Deus que vem para salvá-los.

A apresentação feita por João Batista desencadeia um tipo de comunicadores admiráveis, que vão passando de um para outro o inadiável descobrimento. Quem teve a graça extraordinária de estar com Cristo convida outros a ter a mesma experiência.

Não podemos calar o que temos visto e ouvido, vai dizer-nos a Primeira Carta de João (1,1-4).

Para levar em conta: Messias (v. 41) é o aportuguesamento do termo hebraico Meshiah, que significa “Ungido”. Cristo é o aportuguesamento do termo grego Cristos, que significa também “Ungido”. Ademais, este último termo passou a ser “nome próprio” de Jesus mesmo. Ou seja, em determinado nível, as palavras Messias, Cristo e Ungido podem ser sinônimas e equivalentes. Para os tradutores da Escritura, em muitos casos é bastante difícil apresentar uma tradução única e coerente, dadas a multiplicidade e a mobilidade das referidas palavras.

Outros textos bíblicos a serem comparados: Mt 4.18-20; Mc 1.16-18; Mt 16.18; Mc 3.16; Jo 19.36; 1Co 5.7; 1Pe 1.19; Ap 5.6-10.

Perguntas para a leitura

·         Que indicações temporais temos no relato? Que referências a tempos precisos aparecem?

·         Quem se encontra no começo da cena? Quem passa por ali?

·         Como João Batista apresenta Jesus? Comparar esta apresentação com Jo 1,29.

·         O que fazem os discípulos quando escutam as palavras de João?

·         O que faz e diz Jesus em um primeiro momento?

·         O que os discípulos perguntam a Jesus?

·         O que lhes responde o Mestre?

·         O que fazem, então, os discípulos?

·         Quem era André e o que faz imediatamente depois de fazer esta experiência de encontro com Jesus?

·         Quem é trazido por André até Jesus?

·         O que Jesus diz a Simão?

 


2 – MEDITAÇÃO


O que me diz? O que nos diz?

Perguntas para a meditação

·         Busco relacionar-me com pessoas que me aproximem cada vez mais de Jesus?

·         Sou para os outros um “João Batista” que indica onde está o Deus vivo e verdadeiro, o Cordeiro de Deus?

·         O que significa para mim, hoje, que Jesus seja o Cordeiro de Deus? Que impacto tem em minha vida este momento da Missa onde o sacerdote apresenta Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?

·         Sigo Jesus que passa ao meu lado, que se aproxima do caminho de minha vida?

·         O que eu responderia hoje a Jesus, se ele me perguntasse o que quero, o que desejo?

·         Animo-me a perguntar a Jesus onde ele vive, onde mora, em definitivo: onde ele está, de maneira particular, para encontrar-se comigo?

·         Sou capaz de aceitar a proposta de Jesus: segue-me e verás?

·         Disponho-me a fazer a experiência de encontro com o Mestre? Tenho vontade de passar “todo um dia” com ele?

·         Priorizo o encontro vital com o Senhor, ou prefiro somente encher minha cabeça com dados e outrinas? Busco equilibrar todas as formas de “conhecimento” do Mistério de Cristo em minha vida?

·         A experiência de encontro com Jesus me transforma em um comunicador de sua presença aos demais irmãos?

·         A quem, de modo particular, deverei contar, hoje, que encontrei o Messias, o Cristo?

·         Deixo que Jesus me confirme em minha fé como “pedra”, juntamente com Pedro, filho de João e irmão de André que agora é Cefas, isto é, Pedro?

3 – ORAÇÃO


O que lhe digo? O que lhe dizemos?

Para orar com este texto, proponho-lhes algumas linhas do Papa Bento XVI em Deus caritas est 1, que iluminam de maneira particular este convite do Evangelho de hoje a viver a fé cristã como um encontro com Jesus Cristo:

…Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo…

Como posso otimizar, definitivamente, meu encontro com Jesus Cristo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade?

4 – CONTEMPLAÇÃO

Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?

Para a contemplação deste texto, e de todo o texto bíblico, hoje, mais do que nunca, seria muito bom poder fazer uma oração de adoração diante do sacrário, ou diante do Santíssimo exposto no templo.

Recordemos o que a Igreja sempre nos ensina: dentre as múltiplas presenças de Cristo, a Eucaristia é a presença “por antonomásia” (por excelência). No Pão Consagrado, ele está real e totalmente presente, vivo, para ser adorado. Por isso, diante da pergunta “onde moras?”, a resposta principal, hoje, é: na Eucaristia.

Somos convidados, pois, a realizar a experiência de encontro com o Mestre e Messias em um momento forte de adoração eucarística para contemplar este e todos os textos da Escritura com os quais realizamos a Lectio Divina.

5 – AÇÃO

A que me comprometo? A que nos comprometemos?

Propostas pessoais

·         Buscar, cada dia, um conhecimento mais profundo de Jesus na oração, fazendo experiência de encontro com ele.

·         Mostrar a algum amigo ou conhecido quem é Jesus.

Propostas comunitárias

·         Ter uma atitude missionária como grupo, dando a conhecer onde mora o Messias, o Cristo.

·         Propor aos dirigentes e assessores de sua comunidade a realização de um retiro de um dia para seu grupo, buscando viver a experiência de André e do outro discípulo.