(21 de abril de 2011 – cor litúrgica: branco)
SITUANDO A CELEBRAÇÃO
Na Páscoa da ceia o Senhor nos convida a celebrar com Ele a páscoa, memorial da libertação. A Eucaristia é o “memorial” da morte-ressurreição do Senhor. É a complementação da festa da Páscoa judaica que fazia memória da libertação da escravidão do Egito, como nos lembra a primeira leitura desta celebração. Ceiamos com Ele e lembramos os gestos de amor de Deus quando tirou nossos pais da terra do Egito. Deixemos que ele nos lave os pés e recebamos dele o mandamento do amor, tornando-nos assim testemunhas de tudo o que Ele nos entregou e deixou.
Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na Ceia da Aliança que o Senhor instituiu em sua memória. A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou (cf. Gl 6,14).
Nesta celebração, é importante que haja a participação dos catequistas, pais e catequizandos que estão sendo preparados para a Primeira Eucaristia. Na semana após a Páscoa, é oportuno haver uma catequese sobre o significado dos ritos realizados nesta celebração.
Seja preparado o ambiente para a vigília junto ao Santíssimo Sacramento. Após a meia noite esta vigília não deve ser feita com solenidade. Pode-se usar os subsídios que estão no Manual da Campanha da Fraternidade.
Espaço litúrgico: o local da celebração deve ser realmente o de uma refeição festiva. Onde for possível, dispor os bancos ou cadeiras em semicírculo ao redor da mesa do altar. O ambiente seja preparado com flores, velas, pão ázimo e vinho.
Menorah: pode-se utilizar o costume judaico de começar a páscoa acendendo as luzes da festa, utilizando-se da menorah, candelabro de sete velas; cada vela é acesa em memória de um grupo ao qual a comunidade deseja unir-se especialmente por ocasião da festa.
Mesa da Ceia: no início sem toalhas; no momento oportuno seja forrada com toalha branca, caindo apenas dos lados.
Frase celebrativa: ajuda a interiorizar a mensagem central ou o apelo mais forte da celebração. Pode ser formulada assim:
O MEMORIAL DO SENHOR
Ambientação: enquanto as pessoas vão chegando, o responsável pelos cantos ensaia as músicas, sobretudo a parte da assembléia, e o faz de tal maneira que já vai criando um clima de oração. Pouco antes da celebração, entoe-se um refrão meditativo (v. Cantar a Liturgia). O refrão termina bem baixinho, o silêncio se prolonga e só então o animador da celebração faz a monição inicial e se a nuncia o canto de abertura.
RITOS INICIAIS
Desde o início deve ficar evidente que nos reunimos para uma Ceia festiva, sendo este o sentido próprio desta celebração. Dentre os ritos iniciais, pode-se destacar o que segue:
Procissão de entrada: além da Equipe de Celebração, é especialmente significativo que tomem parte nesta procissão os ministros extraordinários da comunhão, os catequizandos da Primeira Eucaristia, os seus pais e catequistas e, finalmente, as pessoas que farão parte do rito do lava-pés.
Acendimento das luzes da festa: antes do canto solene do Hino de Louvor, pode-se fazer a memória do que foi (e é) luz para a comunidade, acendendo-se as luzes da festa, com a utilização de velas colocadas numa menorah ou outro tipo de candelabro.
Motivação: queridos irmãos e irmãs, como comunidade dos seguidores de Jesus Cristo, queremos estar em comunhão com todas as pessoas, grupos, movimentos e organizações que se tornam instrumentos de Deus para revelar o seu amor e a sua salvação.
Início do rito: começa, então, o acendimento das luzes (velas); algumas pessoas dirigem-se ao candelabro, com uma vela acesa na mão; cada pessoa, ao colocar a vela acesa no candelabro, proclama uma memória, bendizendo a Deus, como segue:
1. Bendito sejas, Deus da vida, por esta luz e pela luz que tu acendes em todos os que lutam pela paz e pela justiça.
2. Bendito sejas, Deus da vida, por esta luz e pela luz que tu fazes resplandecer em todas as Igrejas que proclamam que Jesus é o Senhor.
3. Bendito sejas, Deus da vida, por esta luz e pelo clarão que arde em todas as religiões e em todos os que buscam o teu rosto.
4. Bendito sejas, Deus da vida, por esta luz e pela luz que brilha na luta e esperança de todos os pobres da terra.
5. Bendito sejas, Deus da vida, por esta luz e pela luz que tu fizeste brilhar entre nós na Campanha da Fraternidade deste ano.
6. Bendito sejas, Deus da vida, por esta luz e por toda luz que ilumina a nossa comunidade.
7. Bendito sejas, Deus da vida, por esta luz e pela luz que tu fazes resplandecer em todos os amigos e amigas da nossa comunidade.
Obs.: convém explicitar o mais possível os fatos concretos vivenciados na comunidade, louvando a Deus pelas luzes que a todos iluminaram; segundo a realidade de cada comunidade, pode-se manter ou não o número de sete memórias e louvores.
Hino de louvor: é o canto que inaugura o Tríduo Pascal. Assim sendo, convém solenizar o mais possível este momento, com o toque dos sinos, as palmas, os instrumentos musicais e, se possível, uma dança litúrgica que envolva toda a assembléia.
Motivação: ao Deus que nos torna hoje seus convivas no banquete da Páscoa, nosso canto e nosso louvor. Com muita alegria, com o coração em festa, tocando sinos e batendo palmas, cantemos Glória a Deus nas alturas!
LITURGIA DA PALAVRA
A primeira mesa que é servida é a da Palavra. Dela nos alimentamos por primeiro para, então, aproximarmo-nos da Santa Eucaristia.
LEITURAS
1ª leitura: Ex 12, 1-8.11-14 = Ritual da ceia pascal
Salmo Responsorial: Sl 115 = O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor
2ª leitura: 1Cor 11, 23-26 = Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, proclamais a morte do Senhor.
Evangelho: Jo 13, 1-15 = Amou-os até o fim!
Comentário geral: a Páscoa dos judeus é como que a semente de origem da Páscoa cristã. Jesus se reúne com os discípulos e se despede deles com a celebração da Ceia, durante a qual lhes lava os pés, gesto de amor e serviço. As leituras bíblicas que ouviremos agora vão nos esclarecer o verdadeiro significado da nossa celebração. Ouçamos, pois, com muita atenção, a Palavra de Deus nas leituras que serão proclamadas.
Uma “dica” oportuna: ao final das leituras e do Evangelho, nunca devemos dizer “Palavras do Senhor” ou “Palavras da Salvação”, no plural. O correto é dizer no singular mesmo: Palavra do Senhor ou Palavra da Salvação, uma vez que é Jesus, a Palavra do Pai, quem fala, quando lemos (ou proclamamos) as Escrituras. Nem é preciso lembrar que Jesus é um só!
Rito do lava-pés: depois da homilia (ou partilha da Palavra), quem preside a celebração cinge-se com uma toalha e, com a ajuda de alguns acólitos ou ministros, lava os pés de algumas pessoas da comunidade, para lembrar o que fez Jesus na última Ceia, num ato de amor e serviço. Para este rito, uma possibilidade é convidar pessoas que exercem os serviços comunitários e pessoas que atuam na segurança pública. Outras formas podem ser adotadas, segundo a situação local. O importante é que o grupo escolhido para ter os pés lavados seja significativo para a comunidade e ajude a visualizar o serviço como conduta própria do seguidor de Jesus.
LITURGIA SACRAMENTAL
Aproximamo-nos da Eucaristia como quem se aproxima de alguém que transformou sua vida em amor. Renovamos nosso desejo de seguir este caminho repetindo o seu gesto na liturgia, entrando nesta páscoa confiando que Deus mesmo vem em socorro das nossas impossibilidades e nos dá a graça de fazer do amor a meta da nossa vida.
Procissão das Ofertas: nos sinais do pão e do vinho, acompanhados da Oração Eucarística, é a vida de Jesus que é oferecida ao Pai, em benefício dos irmãos. Preparemos com maior zelo a mesa da Ceia; duas pessoas podem entrar em procissão com uma toalha branca para forrar o altar (sem cobrir a frente; a toalha deve cair apenas dos lados), deixando evidente o sentido de refeição; a seguir, faz-se a procissão com água, pão e vinho.
Apresentação dos Dons: a Instrução Geral sobre o Missal Romano (IGMR) no n. 74 ensina que “o canto da preparação das oferendas acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar”. Como temos o costume de fazer neste momento as nossas ofertas, o canto deve se prolongar até que todos tenham feito suas ofertas. Terminadas as ofertas, convém que o canto cesse, de fato, a fim de que a assembléia acompanhe as duas belas orações com as quais o sacerdote bendiz a Deus pelos dons: “Bendito sejais Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos da vossa bondade, fruto da terra e do trabalho humano, que agora vos apresentamos, e para nós se vai tornar pão da vida” (a mesma oração é proclamada para a apresentação do vinho). Certamente será necessário advertir a assembléia para responder, após cada uma das duas orações: “Bendito seja Deus para sempre”. As orações com as respostas da assembléia podem ser cantadas, valorizando ainda mais o rito; em Cantar a Liturgia apresentamos uma proposta da versão cantada.
Convite à comunhão eucarística: Demos graças ao Senhor repartindo entre nós este pão consagrado, memória viva do Corpo do Senhor, que se faz presente em nossa mesa, como se fez na última ceia junto com os discípulos, antes da sua páscoa. Que Ele transforme o nosso coração para fazermos da nossa vida uma oferenda de amor, para o louvor do Pai.
Obs.: é muito recomendável a comunhão sob as duas sagradas espécies para que, no sinal sacramental, a comunidade viva melhor o mistério que se celebra nesta noite. Mesmo que demore um pouco mais, vale a pena realizar este gesto. Talvez seja necessário que o animador (ou outra pessoa), tendo combinado antes com o presidente da celebração, oriente a forma adequada de se receber a comunhão sob as duas espécies.
Convite à partilha dos alimentos (quando não há comunhão eucarística): Demos graças ao Senhor repartindo entre nós estes alimentos em memória de Jesus, que se faz presente em nossa mesa, como se fez na última ceia junto com os discípulos, antes da sua páscoa. Que Ele transforme o nosso coração para fazermos da nossa vida uma oferenda de amor, para o louvor do Pai.
RITOS FINAIS
Nesta celebração, não há ritos finais. Em seu lugar, procede-se à transladação do Santíssimo Sacramento para a capela do Santíssimo ou outro lugar devidamente preparado, fora do espaço celebrativo.
Transladação da Eucaristia: seja feita com piedade, em clima de oração, a transladação da Eucaristia para uma capela menor, devidamente preparada para isto. A comunidade fará vigília de oração e adoração por algumas horas; em sua forma solene, a vigília é concluída antes da meia-noite. É bom lembrar que a vigília mais importante é a do Sábado Santo, para a qual devem convergir todas as atenções. Após alguns momentos de adoração silenciosa, o sacerdote e os ministros fazem a genuflexão e retornam à sacristia. Lembramos que o Santíssimo Sacramento não é exposto no ostensório. O cibório é colocado dentro do tabernáculo que, após a incensação, permanecerá fechado.
Obs.: no momento oportuno, após a dissolvência da assembléia, com discrição, retiram-se as toalhas do altar e, se possível, as cruzes da Igreja. Se não for possível retirá-las, deve-se, ao menos, cobri-las, para que na celebração da sexta-feira só apareça uma única cruz.
CANTAR A LITURGIA
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