A tua palavra é lâmpada para guiar os meus passos,
é luz que ilumina o meu caminho. (Salmo 119.105)
TEXTO BÍBLICO: João 3.16-18
16 Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. 17Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.
18— Aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus.
1. LEITURA
Que diz o texto?
Pistas para leitura
Olá, Lectionautas!
A Igreja celebra hoje uma festa muito particular: a da Santíssima Trindade. A grande pergunta que inicialmente aflora nos cristãos sempre foi: qual é a mensagem central de Jesus? Muita gente tem diversas opiniões a esse respeito, mas é bom deixar claro algo que é axial na mensagem de Jesus: Jesus veio ensinar-nos que Deus, em seu mistério mais íntimo, não é solidão, mas comunidade. Sendo um único e só Deus, manifesta-se em três pessoas distintas. Isto não significa que haja três deuses, mas um só Deus Verdadeiro.
Na verdade, nesta centralidade manifesta-se nossa fé. As demais coisas que Jesus nos ensinou estão subordinadas ao entendimento do mistério trinitário. E também à compreensão das “missões” que cada uma das pessoas divinas tem. Atribuímos ao Pai a criação, ao Filho a Redenção, e ao Espírito Santo, a santificação e a vida da Igreja.
Seria também muito importante situar estes poucos versículos em todo o capítulo 3 de São João, no diálogo com Nicodemos e na exposição do mistério da redenção. Por isso, convidamos você a ler desde o versículo primeiro até chegar a esta passagem, para entender mais amplamente o texto em seu contexto.
Pela primeira vez, aparece a expressão “vida eterna”, que é termo central e designa o dom divino outorgado à humanidade. Jesus veio para que “todo o que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”. Ou seja, ele também nos está falando do acreditar nele. Não se trata simplesmente de um crer passivo, ou de um crer somente em Deus, mas em crer: que Deus, o Pai, entregou seu filho Único para a salvação de todos. Falamos, pois, de um crer ativo, de um crer que passa de algo interno para algo externo…
A fé, conforme nos diz a carta do apóstolo Tiago, deve manifestar-se externamente com ações concretas: “Portanto, a fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta” (Tg 2,17 – tradução Deus Fala Hoje, Bíblia de Estudo, Bíblia de Oração com o método de Lectio Divina).
Por conseguinte, a fé será um meio para alcançar esta vida eterna.
Este discurso de Jesus abre-nos uma nova dimensão, que é o amor de Deus, fonte principal do envio de seu único Filho. Este é um dos momentos centrais de todo o Evangelho. O amor de Deus pela humanidade e o desejo que Ele tem de salvá-la. O sujeito deste versículo 16 é o próprio Deus. Ele empreende esta ação, Ele é a origem de tudo, e o mistério criador chega a seu ponto culminante também com o envio de Jesus para a redenção.
O verbo “amou” indica sua essência mais profunda: “Deus é amor”. Amar é a totalidade do ser divino. Sua manifestação de verbo e substantivo. Seu pensamento, seu coração e sua ação são claros e decididos. Não há diferenças entre eles. Portanto, contribui para a unicidade de Deus, em quem existe igualdade entre palavras e obras. “Deus é amor” (1Jo 4,8).
Pois bem, o objeto e beneficiário deste amor que é a essência e substância divinas, é a humanidade inteira. Nisto, muda radicalmente a ideia de que Deus é um ser distante e estranho ao mundo.
O efeito deste amor tão grande que Deus tem por todos os seres humanos é o dom inefável de seu Filho Único, Jesus, o Cristo, que, encarnado no seio da Virgem Maria, entrega-se por nós no holocausto da cruz.
A finalidade deste envio é, pois, que todos os seres humanos que chegam a crer que Jesus é o Senhor (Cristo) e a aceitá-lo como Filho de Deus e Salvador, e vivendo de tal forma que sua fé seja transformadora de sua vida, obtenham a salvação. Há dois verbos aqui: não morra, mas tenha vida eterna. Este é o grande dom da salvação, esta é a notícia esperada por toda a humanidade: que a morte já não tem poder sobre nós, porque Jesus nos libertou da morte eterna e nos oferece a vida eterna.
Este texto tão breve, mas tão substancioso, termina dizendo: “Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo”. Jesus aqui parece reiterativo; no entanto, é para afirmar seu envio salvador. No entanto, também esclarece que há muitos que, se não acreditarem nele, condenar-se-ão.
O que é, pois, a condenação? Se o Filho de Deus não foi enviado para condenar, mas para salvar, por que alguém pode condenar-se? E a resposta é clara: aquele que crê não é julgado, mas o que não crê que Jesus é o Filho Único de Deus que veio para salvar, já está condenado. A fé que salva consiste em acolher o Filho de Deus. E esta recepção, em nossa vida, consiste claramente em algo ativo, algo que se vê, que se manifesta.
O discipulado leva-nos à missão.
Para ilustrarmos, leiamos o número 202 do Catecismo da Igreja Católica a este respeito:
202. O próprio Jesus confirma que Deus é «o único Senhor», e que é necessário amá-Lo «com todo o coração, com toda a alma, com todo o entendimento e com todas as forças» (cf. Mc 12,29-30). Ao mesmo tempo, dá a entender que Ele próprio é «o Senhor» (cf. Mc 12,35-37). Confessar que «Jesus é o Senhor» é próprio da fé cristã. Isso não vai contra a fé num Deus Único. Do mesmo modo, crer no Espírito Santo, «que é Senhor e dá a Vida», não introduz qualquer espécie de divisão no Deus único:
«Nós acreditamos com firmeza e afirmamos simplesmente que há um só Deus verdadeiro, imenso e imutável, incompreensível, todo-poderoso e inefável. Pai e Filho e Espírito Santo: três Pessoas, mas uma só essência, uma só substância ou natureza absolutamente simples (IV Concílio de Latrão, Cap. 1. De fide catholica: DS 800.).
Outros textos bíblicos a serem comparados: Deuteronômio 6.4; 1 João 4,9-16
Para continuar o aprofundamento destes temas, pode-se consultar a Bíblia de Estudo NTLH, o verbete: DEUS.
Perguntas para a leitura
· Quem ama tanto assim os seres humanos?
· O que Deus faz para demonstrar seu amor?
· O que acontece com os que creem que Jesus é o Filho de Deus Salvador?
· Deus quer condenar as pessoas deste mundo?
· Que acontece com os que creem em Jesus?
2 – MEDITAÇÃO
O que me diz? O que nos diz?
Perguntas para a meditação
Perante este texto tão importante, devo perguntar-me:
· Entendo que Deus me ama pessoalmente, a ponto de entrar seu único Filho para salvar-me?
· Sou capaz de dar-me conta de que é o Senhor quem toma a iniciativa?
· Que implicações tem em minha vida o dar-me conta de que Deus me ama?
· Reconheço a Jesus como meu Senhor e Salvador?
· Reconheço-o como o único enviado do Pai para redimir-me?
· Reconheço também a ação do Espírito Santo em minha própria vida?
· Quais são as verdadeiras implicações de crer e de fazer crível minha fé aos demais?
· Entendo que minha fé é em um Único Deus Verdadeiro, em três pessoas?
3 – ORAÇÃO
O que lhe digo? O que lhe dizemos?
A oração é a resposta que damos a Deus, que se nos manifesta primeiro.
Senhor, obrigado porque Tu tomaste a iniciativa de amar-me primeiro. Tu és um Deus que se identifica com o amor. E tua insistência é que te entendamos a partir da perspectiva do amor. Tu te identificas com o amor, tu és amor. Amor que se personifica. Amor que se faz homem em teu Filho Único, Jesus, nosso Senhor. Amor que te une com o Pai e já és outra pessoa: o Espírito Santo. Trindade Santa, único Deus verdadeiro. Reconhecemos-te, adoramos-te e glorificamos-te.
Pedimos-te, Senhor, que aumentes nossa fé. Que faças com que nossa fé não seja inoperante, mas uma fé ativa, onde todos os que nos veem também possam crer em ti. Que nossas obras sejam movidas por nossa fé em Ti. Que tudo o que fizermos seja sempre pensando em louvar tua Divina e Santa Trindade. 4 – CONTEMPLAÇÃO
Como interiorizo a mensagem? Como interiorizamos a mensagem?
Interiorizar a mensagem é não ficar apenas no conhecimento, na informação. É ir mais além, é fazer com que este texto seja um trampolim para levar-nos ao encontro com o Deus que – como nos estamos preparando para a celebração – é UM SÓ, é Trinitário em pessoas.
Podemos tomar alguma ideia principal e dizer ao Senhor o que se está passando em nosso interior, e deixar que ele vá entrando lentamente, cada vez mais. Podemos repetir várias vezes:
· Creio, Jesus, que tu és o único Filho de Deus
· Creio que tu me tens reservada a vida eterna
· Estou destinado à vida eterna, por crer em ti
· Dá-me a força de crer mais em ti e de demonstrá-lo com minhas obras.
5 – AÇÃO
A que me comprometo? A que nos comprometemos?
Propostas pessoais
· Fazer uma lista das vezes em que senti que eu posso arranjar-me sozinho, sem o Senhor. A seguir, colocar esta lista na oração, e pedir perdão ao Senhor pela falta de fé.
· Realizar alguma ação concreta com alguém, a fim de demonstrar-lhe que sou capaz de fazer coisas valorosas e grandes por causa de minha fé.
· Falar com algum amigo, companheiro, vizinho sobre a fé em Jesus, o Senhor.
Propostas comunitárias
· Converse com seu grupo sobre todas as vezes que sentimos que não é necessário acreditar em Deus para realizar tais ou quais coisas. E propor-se claramente um processo de mudança.
· Realizar alguma obra de misericórdia, como visitar, em grupo, os enfermos da comunidade, ou assistir os mais fracos, e que isto sirva para demonstrar nossa fé em Deus uno e trino
O santo de hoje nasceu no ano de 1597 numa aldeia francesa. Muito cedo recebeu a graça de ser despertado para o chamado a santidade. Quando Francisco foi estudar no colégio dos Jesuítas, formou um grupo de rapazes dispostos a viverem o Evangelho.
A primeira mártir brasileira nasceu em Santa Catarina em 11 de abril de 1919.
